sábado, 19 de julho de 2014

"Alabama Monroe"

Fui ontem assistir com amigos a esse filme que trata da perda de uma pessoa querida em decorrência do câncer. A história ganha pontos pela forma como mostra as dificuldades do casal principal em lidar com a situação bem como pela exposição de diferentes posturas diante da vida. Além disso a trilha sonora é maravilhosa. Vale a pena conferir.


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Luzes de Natal

Foto de uma das construções históricas de Juiz de Fora (o Castelinho da Cemig) iluminada pelas luzes de Natal. A foto foi tirada por mim mesmo.


sábado, 17 de agosto de 2013

Clarice Lispector me ajudando (de novo) (como sempre)

Como, em geral, me atraso para publicar textos aqui no blog, na Revista Encontro Literário e em outros blogs e sites de que participo na internet, mesmo os habitués deste "meu" espaço virtual pode ser que não estranhem meu silêncio, ainda que ele esteja se prolongando além do que eu próprio gostaria.

Estava buscando a melhor forma de me expressar a esse respeito e de novo (e como sempre) fui ajudado por Clarice Lispector nessa tarefa de dar sentido e organizar parte do meu caos cotidiano, repartindo em pedaços a carne imensa e única que prenunciaria a loucura. Pinço aqui algumas falas de sua já famosa entrevista:

Sobre a escrita, ela diz que "tem períodos de produzir intensamente e tem períodos, hiatos, em que a vida fica intolerável". Não diria que estou vegetando nem que a vida se me faz intolerável pela impossibilidade da escrita. Essa impossibilidade é, contudo, uma conta a mais no rosário de "senões" cotidianos que deságuam no silêncio grande atual, o qual a escrita poderia ao menos tentar quebrar.

Crianças x Adultos: ao ser questionada sobre se seria mais fácil se comunicar com crianças ou com adultos, Clarice diz, no decurso da resposta, que o adulto é triste e solitário, ao passo que a criança tem a fantasia solta. Instada a explicar a partir de qual momento a tristeza e a solidão se instalam, ela se esquiva: "Isso é segredo. Desculpe, mas eu não vou responder... a qualquer momento da vida. Basta um choque um pouco inesperado e isso acontece."

Para finalizar esse texto (na realidade uma transcrição, com cortes, da entrevista) destaco uma fala que não exatamente sei como interpretar. Diz Clarice: "mas eu não sou solitária não... tenho muitos amigos. E só estou triste hoje porque estou cansada.

Essa é uma de minhas frases favoritas. Ainda que me faltassem amigos (o que, por sorte, não é verdade), poderia alegar o cansaço como causa da minha tristeza ou do "silêncio grande atual", como queiram chamar isto, e, mesmo que seja uma explicação improvisada, talvez ela seja a mais próxima da verdade neste momento. Abaixo um link para o trecho do vídeo do qual retirei essas citações.

http://youtu.be/9ad7b6kqyok?t=6m10s

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Um e-mail de 14 de junho de 2006

Continuo remexendo velharias para alimentar o blog. É um exercício interessante, ainda que às vezes eu me depare com coisas que me assustam. 

É o caso deste e-mail de 14/06/2006 que intitula essa postagem. Me sinto assustado porque, de repente, dou de cara com um outro eu que em nada corresponde à realidade atual da minha vida. No caso particular desse e-mail, eu tratava de questões "angustiantes". Só posso dizer que talvez eu já não seja tão religioso. Acaso Deus está agora mais próximo de mim, como eu supus que Ele estava mais próximo da minha amiga? Com vocês, o e-mail:

Tudo bem com você? Espero que esteja.
 
Agradeço, novamente, por mandar-me e-mails. Aquele sobre dizer "eu te amo" é maravilhoso, eu já conhecia o texto. É verdade, a vida é muito curta pra deixarmos as demonstrações de afeto pra depois. Pode não haver depois. Não houve depois para aquela família, porque quando encontraram o menino morto já era tarde.
 
Mas eu escrevi mesmo foi para colocar uma frase da Clarice Lispector pra você. Eu queria ter colocado na resposta daquele outro e-mail, sobre Deus e etc. e tal, mas não foi possível. Ei-la:
 
"Mesmo para os descrentes há a pergunta duvidosa: e depois da morte? Mesmo para os descrentes há o instante de desespero: que Deus me ajude... Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que eu não sei usar amor: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais."    
 
Eu acho que essa frase tem um pouco a ver com o que você falou sobre eu ser religioso e você não. Quer dizer, Deus está dentro de você, dentro de mim, dentro de todos nós e é por isso que, inconscientemente, chamamos por Ele. É a tal pergunta duvidosa, o tal instante de desespero. E Ele é tão bom que nos atende, mesmo se não somos modelos de religiosidade. O importante é crer!!! A Religião é apenas uma forma. Você pode estar muito mais próxima d'Ele que eu. 
 
Um abraço,