Partindo da leitura do episódio da "Máquina do mundo", o último grupo a apresentar os seminários sobre "Os Lusíadas" nas minhas aulas de literatura portuguesa, buscou traçar um paralelo com o poema drummondiano que carrega o mesmo título.
Uma das coisas que eu pude observar (e que certamente não é nenhuma grande novidade, mas tem lá sua parte de razão) é que o homem renascentista tem a revelação dos mistérios desse nosso mundo como sinal claro de que está atingindo o máximo de sua trajetória, como um prêmio último (e merecido) pelos seus esforços. Mas Drummond (e nós todos, homens pós-modernos) renegamos esse saber.
O motivo é simples: nós estamos hoje colhendo o fruto (não muito doce, sem ser de todo amargo) que foi gestado nos infinitos giros desse maquinismo que é tão preciso quanto um relógio suíço. Sua exatidão é tanta que ele até mesmo nos cobra a responsabilidade pelos nossos atos ambiciosos. E o preço é alto.
Créditos da imagem: A Máquina do Mundo, in Margarita Philosophica de Gregório Reisch (1508). Fonte aqui: http://www.portaldoastronomo.org/tema_pag.php?id=37&pag=1
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