quinta-feira, 28 de maio de 2009

Fala roubada

Ainda na esteira das coisas que me incomodam nos trabalhos em grupo, está, além do roubo de minha vitalidade, o roubo de minha fala programada!!!

Funciona assim: faz-se um esboço de uma apresentação, fala-se (ou escreve-se) um roteiro básico do que cada um dos membros do grupo pode e quer preparar e na reunião seguinte (via de regra marcada em dia, hora e local que impede meu comparecimento ou favorece meu atraso...); decidem que "Fulana de Tal" terá dificuldade em fazer a parte dela e, logo, eu preciso ceder a minha que é mais fácil. Como se eu quisesse falar de coisas fáceis. Como se a escolha não tivesse a intenção de aprofundar e levar além as discussões sobre, por exemplo, o contexto histórico de uma obra literária!!!

Agora decidiram que eu não gosto de "abrir" apresentações. Logo, preciso de novo ceder a minha idéia para outra pessoa e me empenhar (no meu tempo que é escasso, cheio de compromissos...) numa outra pesquisa, mais ampla, mais profunda sobre outro assunto que nem passava pela minha cabeça desenvolver. Complicado, não?!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

A arte de vencer pelo cansaço

Estava eu na sexta-feira na plataforma de uma mini-rodoviária aguardando o ônibus para uma cidadezinha próxima quando (re)descobri como podem ser chatos esses vendedores ambulantes, que normalmente não encontro no meu dia-a-dia.

Eram um rapaz e uma moça quem vendiam: quatro balas de goma por um real, dois "minduim" por um real, um "traids" por um real, um Halls por um real e quatro paçocas pelo mesmo preço. Enquanto um ia da direita para a esquerda o outro vinha em sentido contrário. Cruzavam-se a meio caminho e seguiam até o final da plataforma com sua cantilena.

As vendas, até onde vi, foram minguadas. Mas se estão ali todos os dias algum dinheiro eles têm de estar ganhando. E eu posso dizer: ganham porque cansam os passsgeiros. As pessoas compram porque não querem, não aguentam mais ouvir o mesmo oferecimento meloso. Exceto eu: que me irrito mas sou pão duro por excelência.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

O léxico dos "letreiros" (ou a ausência dele)

O que vem a ser indumentária? E inerente? Alguém tem alguma noção do que sejam essas palavras? "Navio Negreiro", do Castro Alves, é um poema ou é um livro?!

Por Deus, onde vamos parar com um Ensino Superior que admite em seus quadros alunos que pouco ou nada conhecem da sua área de formação?!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

"Vida Roubada"


Apesar de este ser o título de uma de minhas músicas preferidas, não é a ela que me referirei nesta postagem. Não.

Quero falar da sensação que tive (e tenho) ao precisar dividir as atividades acadêmicas. Falo aqui do absurdo das provas feitas em conjunto, como a que realizei ontem. A sensação que tenho é a de que roubam a minha vida, a minha capacidade de pensar.

Porque produzir algo com o outro exige um grau de doação e alheamento que não sou capaz de dar. E tanto não sou que polemizo, discuto, "quase bato" (esta última expressão usada por uma das minhas colegas...).

Enfim: queria muito ter a autonomia de ser o único responsável por uma nota boa ou má. Queria de um tudo. Menos ficar com esse travo amargo na boca, sabendo que, depois, não terei como reclamar de uma má nota.

A nota é dessa entidade amorfa, cheia de membros e nem sempre com cabeça, chamada grupo.

Créditos da imagem: Capa do LP "Inédito", lançado em 1983, após o falecimento do cantor Altemar Dutra. Nele está contida a canção a que me referi no início dessa postagem. Fonte aqui: http://poeiraecantos.blogspot.com/2008_11_01_archive.html

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"Desculpem, mas se morre"

Apesar de haver a vida e de ela ter de ser vivida
sendo a alma grande ou pequena,
valendo ou não a pena,
a morte não deixa de ser coisa doída.