sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

"Aconteça o que aconteça"

Final de ano é uma época em que a programação de todos os canais se torna previsível: filminhos infantis em que a idéia do espírito de Natal é sempre veiculada como se pudesse servir de meia-culpa aos excessos consumistas ou, então, filmes sobre a vida de Jesus e de todos os santos possíveis e imagináveis. Pouca coisa escapa do óbvio. O SBT, porém, contrariou todas as expectativas. Para pior.

O desapontamento começou na quarta-feira, 23. Prometeram que contra o Roberto (Carlos) - que há mais de 30 anos constrói sua imagem de REI com especiais na Rede Globo - iriam contrapor outro Roberto (Justus; apresentador, empresário e agora promovido à categoria de cantor). Ligo a TV e eis que vejo o Justus cantando um repertório composto basicamente por músicas estrangeiras (que, sinceramente, prefiro ouvir com os artistas que as gravaram originalmente) e entrecortando as apresentações com elogios rasgados do seu professor aos seus graves e elogios (comprados?) que artistas da estatura de Agnaldo Rayol faziam ao seu pretenso talento. Desisti de acompanhar até o final.

Também desisti de assistir até o final o "Especial Maisa". O desapontamento começou logo na primeira música em que o autor, Edu Tedeschi, quebrou completamente a lógica dos ditados populares para forçar a rima. Assim, aparecia na canção que "aconteça o que aconteça" (quando o esperado seria "aconteça o que acontecer") "falo tudo que vem à cabeça". A música, além de ser um retrato da menina (menina?) que a interpreta é também o sinal dos tempos em que estamos vivendo.

Aconteça o que aconteça, não confie demasiado na programação da televisão no Brasil.

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