quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Cinema argentino: Carancho

Estar em outro país para um intercâmbio envolve mais coisas que simplesmente estudar todos os dias na universidade. Uma das maneiras de conhecer esse outro país é se acercar às suas manifestações culturais. No caso da Argentina, não penso propriamente na literatura, que com Borges e Cortázar (para citar apenas dois) já ultrapassou fronteiras e, creio, os brasileiros conhecem. Ao menos de ouvir falar.

Mas, do cinema argentino, me parece que falta conhecimento. E falo por experiência própria. Eu não
tenho lembrança de haver visto anteriormente alguma película dos "hermanos". Apesar disso, as que vi aqui me pareceram bastante razoáveis.


A que vi primeiro chama-se "Carancho" (2010). Foi exibida em um café aqui de Villa María chamado Sol & Luna; um espaço interessante e acolhedor onde, às quartas-feiras, exibem filmes nacionais e estrangeiros. Não cobram um ingresso, porque a expectativa é de que as pessoas consumam algo. Assim, se lhe falta dinheiro, é possível pedir um refrigerante (que mesmo sendo caro aqui na Argentina, cabe no bolso) e assistir ao filme feliz.

Sobre "Carancho": não seria honesto se dissesse que o filme em questão me encantou, mas de todas maneiras tem seus méritos, pois consegue manter a atenção do espectador durante mais de uma hora em um clima de leve suspense. O filme conta a história de um advogado - Sosa - que participa de um grupo mafioso que provoca acidentes de trânsito para que pessoas acionem suas companhias de seguros. Esse advogado é o "carancho" a que o título faz referência e, segundo pude apurar, o carancho é uma ave de rapina. Está explicada (e morta) a analogia.

Após provocar mais um acidente, Sosa conhece Luján, médica que trabalha no serviço de ambulâncias. Os dois começam um relacionamento com muitos desencontros motivados pela profissão nada convencional dele. Ou, de acordo com uma crítica: "Juntos, intentarán modificar el rumbo de sus vidas, pero el pasado turbulento de Sosa se interpondrá."

É um filme interessante porque, segundo me disseram, esse tipo de ocorrência é bastante comum na Argentina e, por esse ângulo, é válido que se faça uma denúncia. O problema é que, para o meu gosto particular, corre muito sangue ao longo da exibição e existem cenas desnecessárias, como uma em que o personagem principal literalmente quebra o joelho de um de seus "clientes" com uma marreta. Mas, como há gosto para tudo, talvez alguém tenha interesse em conferir.

Crédito da imagem: http://www.filmaffinity.com/es/film918617.html

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