De outro blog...

Abaixo alguns textos que publiquei em outro blog, chamado "A estranha forma de vida". Perdi meu e-mail do Bol e o acesso ao blog, de modos que não posso excluí-lo. Como também não me agrada a ideia de deixar os textos perdidos, decidi trazê-los para cá. Nem de longe eles lembram os textos que estão aqui no "Um eterno brain storm", mas fica o registro de como comecei a me aventurar mal e mal pelo reino das palavras...
 
04/07/2008


Outros tantos encontros perfeitos


Pensando nessa coisa de encontros perfeitos, decidi colocar alguns duetos que se enquadram nessa categoria. Esse, por exemplo, entre Paulinho da Viola e Clara Nunes é excepcional. A voz deles dois é super afinada e, mesmo sendo cantores de samba, transmitem algo que relaxa a gente. Bacana demais!!!




 


Encontro perfeito


Resposta de Elis durante entrevista concedida a Clarice Lispector em agosto de 1969 (inclusive está no meu profile do iogurte!):

"Sou um ser do tipo sangüíneo que oscila muito. Tenho momentos de extrema alegria e momentos de profunda depressão. Não obedeço a uma agenda: hoje vou sentir isso, amanhã vou sentir aquilo. Reajo aos acontecimentos à medida que o ambiente reage sobre mim. Mas como sou hipersensível, as coisas têm às vezes um valor que a maioria das pessoas acha ridículo. Mas sou assim mesmo. Por exemplo, às vezes fico furiosa com uma pessoa cujo problema talvez você contornasse com um simples puxão de orellha. Ao mesmo tempo, tomei agora consciência de que essa não é uma atitude lógica e estou procurando me reestruturar"

Eu adoro ouvir as músicas da primeira e sou apaixonado pelos livros da segunda. Um encontro pessoal delas duas, uma conversa entre essas duas estrelas é algo que me parece por demais sensacional. E por isso pincei este trecho: identificação total. Quem puder, procure a íntegra da entrevista.


 
17/06/2008


Falta de Tempo II


Continuo sem condições de atualizar adequadamente este blog, embora tenha trabalhado em surdina pra que coisas legais venham parar aqui. Mantenho a alegação de FALTA DE TEMPO! Aliás, há dias escrevi um e-mail com os seguintes dizeres:

"Também foi bom revê-lo. Ou antes, passar por você. Ando sempre correndo tanto. Agora mesmo enquanto lhe escrevo este e-mail, estou terminando a análise de uma peça de teatro que será entregue amanhã. Realmente estou enroladíssimo, quase morrendo."

E acharam engraçado esse meu modo de dizer que estou sucumbindo à rapidez do nosso tempo!



06/06/2008




Falta de Tempo


É a falta de tempo que me faz não escrever aqui. Como de resto não tenho escrito em meu diário e nem mesmo as cartas aos amigos. Sou apenas eu quem está percebendo a avançagem (Danny, desculpe, mas catei de empréstimo o neologismo) do tempo? Outro dia li sobre as profecias dos Maias sobre o "katún", que é o "tempo do não tempo". Segundo eles, esse período começou em 1992 e terminará em 2012, com o advento do fim do mundo.


Agora, vejamos uma coisa: se o mundo realmente vai acabar daqui a quatro anos (e esses quatro anos, tudo indica, passarão como se fossem quatro meses...) como vamos nos preparar para o Juízo Final? De que tempo disporemos para a construção de abrigos subterrâneos, barreiras contra meteoros e etc? Ou tudo não passa de alarme falso do esoterismo?


Qualquer que seja a opção correta, a mim parece interessante redimensionar a nossa noção de tempo e aprender a viver cada momento. Aprender a valorizar as pessoas que estão com a gente nesses momentos e deixar de achar que o amanhã é algo muito distante, quase irrealizável. Aliás, realizar apenas o que for possível dentro do nosso tempo e tentar olhar sem dor pros tropeços antigos, deixar de dar topadas com o passado (http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/691664). Ok, parece receita de livro de auto-ajuda (e olha que nem sou fã dessa literatura de oportunismo...), mas são apenas coisas que eu próprio estou tentando aplicar à minha vida e que acho válido compartilhar neste espaço público de exibição do meu eu desnudo.

 


25/05/2008


Filmes


São algumas opiniões sobre filmes que assisti colhidas no meu diário. A minha idéia fixa atual é reunir as coisas recorrentes no diário e que sejam publicáveis. Não que venha tudo para aqui; originalmente a intenção é produzir um livro ou algo assim. Mas o que não se salvar na seleção, virá pro blog. É o caso do cinema, assunto ao qual sou pouco afeito.


05 de janeiro de 2004, à noite

Agora a casa já está vazia e nos últimos quatro dias tenho assistido a muitos filmes (alguns que, inclusive, já me haviam sido indicados). Um deles, “Entrevista com o vampiro”, me agradou muito particularmente, pois fecha com aquilo que a Elis escreveu no bilhete que está no encarte do Trem Azul:

“(...)Ao mesmo tempo em que tente resgatar velhos sonhos e esperanças de pessoas que por força da vida, do mundo, dos homens e suas pressões deixaram seu universo  próprio, pessoal e natural preso num cofre. Ainda que por descuido, distração, covardia. Importante é recuperar o ser para o próprio ser; na procura da melhoria da qualidade da vida.”

29 de agosto de 2005

No último sábado passou um filme no supercine chamado “Enterrados vivos”, que me fez refletir muito sobre a precariedade de ser um humano. Vi que nos momentos de desespero surge uma filosofia inusitada, que há uma tal tristeza que sempre nos toma em situações extremas e cujo desfecho é inalterável. (Felizmente, no filme, os trabalhadores soterrados puderam ser salvos). Por si, o filme não foi bom. Valeu pelas reflexões que proporcionou.

15 de janeiro de 2006

(...) depois, estive assistindo no Supercine a um filme chamado "Doce Lar". Durante todo o tempo do filme, refleti sobre o universalismo da Arte. Ou mais simplesmente no inconsciente coletivo. Ou ainda nas coincidências. Nesse filme, provavelmente norte-americano, estava expressa a "filosofia" defendida pela Clarice Lispector, em suas cartas, de que devemos respeitar o nó vital das pessoas. A protagonista do filme chegou a criar uma outra identidade para ascender socialmente e esquecer suas origens humildes. Mas quando precisou voltar à sua terra natal, essas tais origens falaram muito mais alto e ela precisou parar com tudo que estava fazendo, voltar atrás em alguns aspectos de sua vida.

02 de fevereiro de 2006

Esqueci de dizer, mas no sábado passou Corina, que é um dos filmes que adoro e que mexem comigo. Não pude assistir inteiramente, envolvido que estava com a arrumação da festinha do L..., mas, numa das cenas que vi, tive a revelação do porquê de minhas desavenças: sem ser o responsável pelo grupo de jovens, mas substituindo quem o é, decidi fazer o que julguei adequado. O único senão é que as pessoas não esperavam isso de mim, elas queriam que eu me "ativesse" à minha função, como no filme o patrão queria que a babá se mantivesse em seu lugar, não interferindo na educação da garota. E, mais uma vez, fui obrigado a aprender a dura lição de que o mundinho dos homens não permite nem aceita vôos mais altos que os da média. Eu tentei voar alto, mas precisei declinar desse vôo para não ser abatido em pleno ar. E só depois que me afastei de um "cargo" proeminente é que encontrei novamente minha paz interior.