A exemplo de outros textos trazidos para o blog, este aqui foi, originalmente, um trabalho de faculdade realizado para a disciplina de Teoria da Literatura II. Evidentemente, ele foi entregue completo ao professor, mas não pude encontrar uma cópia da versão final. Fica aqui, pois, a cópia de algum estágio intermediário na produção do trabalho, possivelmente uma das primeiras partes escritas. Vejamos:
Num primeiro momento, é possível analisar esta
comédia de Molière sob uma ótica estrutural, segundo a qual as
personagens seriam distribuídas em grupos que se opõem entre si.
A primeira oposição que se destaca é a existente
entre as sabichonas do título (Filaminta, Armanda e Belisa) e as pessoas de bom
senso (Henriqueta, Clitandro, Crisale),
conforme diagrama abaixo:
+ pedante
(Filaminta,
Armanda e Belisa)
-
pedante
(Henriqueta, Clitandro, Crisale)
(Henriqueta, Clitandro, Crisale)
Outra oposição possível de ser
estabelecida é entre os personagens que vêem no casamento uma possibilidade de
realização amorosa (Clitandro) e aqueles que o encaram como uma oportunidade de
ascensão social (Tricretim). Poderíamos ainda levantar mais algumas oposições,
como a que há entre a esposa sabichona (Filaminta) e o marido submisso
(Crisale) ou mesmo a que se estabelece entre a falsa literatura feita por
Tricretim e a grande literatura de outros autores que (supõe-se) ele copia.
Entretanto, elas serão abordadas “en pasant” posteriormente e cremos que não se
constituem como de capital importância para o entendimento da trama.
Uma
vez estabelecidas as oposições básicas, é interessante observar que através dos
diálogos entre as personagens, veiculam-se dois pontos de vista que se
digladiam, constituindo-se como fonte de tensão da peça – e esta só será
eliminada ao final, bem dentro da concepção aristotélica de teatro.
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