Faz pouco mais de dez minutos que vi no site do Yahoo uma notícia sobre uma crítica do prestigioso "The New York Times", na qual se avalia como sendo pequenas as chances de Ivete Sangalo decolar em uma carreira internacional, porque seu repertório está composto basicamente por músicas em português.
Para mim, há várias questoes envolvidas nesse caso e que seria interessante refletir sobre elas. Vou elencar apenas duas:
1. Se cantasse em inglês ou em espanhol, Ivete conseguiria "levar o carnaval brasileiro" à Nova Iorque? Cobram dela que cante em outras línguas, como Shakira, mas se ela o fizesse, os mesmos críticos que agora prognosticam "suas limitadas chances de carreira internacional" por uma questao "lingüística"; os mesmos críticos iriam limitar-lhe por uma falta de "autenticidade", seja lá o que for que possam querer dizer com isso.
2. Que imagem os americanos (e, acrescento, os europeus) têm do Brasil? Esperam ainda hoje que vá se apresentar Carmen Miranda, com um turbante cheio de frutas na cabeça? Carmen, por causa da imagem que construiu, podia cantar na língua que quisesse, porque seu visual "garantia que era brasileira".
Para mim, há várias questoes envolvidas nesse caso e que seria interessante refletir sobre elas. Vou elencar apenas duas:
1. Se cantasse em inglês ou em espanhol, Ivete conseguiria "levar o carnaval brasileiro" à Nova Iorque? Cobram dela que cante em outras línguas, como Shakira, mas se ela o fizesse, os mesmos críticos que agora prognosticam "suas limitadas chances de carreira internacional" por uma questao "lingüística"; os mesmos críticos iriam limitar-lhe por uma falta de "autenticidade", seja lá o que for que possam querer dizer com isso.
2. Que imagem os americanos (e, acrescento, os europeus) têm do Brasil? Esperam ainda hoje que vá se apresentar Carmen Miranda, com um turbante cheio de frutas na cabeça? Carmen, por causa da imagem que construiu, podia cantar na língua que quisesse, porque seu visual "garantia que era brasileira".
As cantoras brasileiras precisam fazer sua arte, da maneira como a entendem, sem preocupar-se com os critérios da crítica.
Neste sentido, me encanta o vídeo de Maysa quando se apresenta no Japao e diz (vai sem aspas porque cito de memória e faço intervençoes...): vocês esperam que eu vá cantar samba (uma coisa alegre), mas o samba que eu canto é de um tipo diferente, se chama samba cançao. E interpreta um dos clássicos da "dor de cotovelo" ou "música de fossa", como queiram: "Meu mundo caiu".
E, por via das dúvidas, ponho o vídeo abaixo:
Ailton, os americanos se acham o umbigo do mundo. Ou melhor dizendo, eles crêem que o mundo está no umbigo deles. É impressionante o desprezo que eles tem com o restante do mundo. Só se incomodam quando é para retirar alguma riqueza.Mas não duvido que ela vá inventr um axé em inglês só para agradar.Faz parte do nosso complexo de vira latas. Adorei seu texto. Abraços. Paz e bem.
ResponderExcluirOi Ailton, muito boa e pertinente a sua postagem. Também acho que o caminho do sucesso - sucesso como a maioria não define -, passa obrigatoriamente pela autenticidade, principalmente no mundo de hoje, que estamos cheios, cansados da falta de criatividade e originalidade - pelo menos eu - dos shows que nos empurram goela abaixo em todo o mundo. Acho que começam a nos respeitar, como indivíduo e como povo, quando começamos a nos valorizar primeiro, a respeitar a própria cultura e individualidade. Shakira canta em inglês, mas vá lá ver o tipo de inglês que ela canta! Tudo depende do objetivo de cada um. Tem artista que se vende, já tem artista que não, mesmo que isto signifique o anonimato... A fama tem um preço e todos sabemos qual é. Um abraço fraterno, escreva mais!
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