Normalmente, quando se quer prever se um dia será bom ou ruim, verifica-se com que pé se levantou da cama. O caso é que, para sair da minha, eu preciso forçosamente usar o direito: o lado esquerdo da cama é colado à parede.
Preciso portanto de outros indícios mais adequados à minha realidade. Mas quais seriam eles? Os sonhos (que não tenho)? Um pio da coruja que (in)existe sobre meu telhado? Um ventinho mais frio nessa passagem de março a abril? Talvez um gato preto? Quem sabe a cara amarrada da gerente?
Nada disso. Outro dia eu passei pela rua e, ao me ver, um senhor se benzeu. Isso bastou como sinal definitivo de mau agouro. O que será que esse velhinho viu em mim, comigo ou para além de minha pequena compreensão?
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